quarta-feira, 2 de junho de 2010

O jogo do poder chamado Belo Monte


Por Karina Samille Costa


Noticiários, manchetes, revistas e os debates incansáveis entre ambientalistas e o governo. Seja por meio do rádio ou nos sites de defesas ambientais, tudo isto se repercute sobre um dilema chamado Belo Monte, que trouxe não só os problemas ambientais, mas também econômicos e sociais. É um projeto considerado como a “menina dos olhos” da atual gestão, pois além de potencializar e dar credibilidade com a classe empresarial, também realiza uma grande manobra política.

Idealizado durante a ditadura militar, sendo muito discutido no governo FHC. Agora é uma realidade no governo Lula, que está investindo bilhões de reais do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para a construção da hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu no estado do Pará. Acredita-se que este projeto seja o “novo eldorado”, pois serão gerados muitos empregos e altos investimentos, mas esses benefícios são apenas para as empreiteiras e multinacionais, que estão interessadas no retorno milionário que esta obra trará para o seu caixa.

Os impactos ambientais são alarmantes, além do desmatamento e da mudança no curso da vazão do rio Xingu, vidas aquáticas serão exterminadas, bem como, as espécies de peixes mais consumidas pelas comunidades locais, serão escassas. Os Estudos de Impactos Ambientais (EIA) do IBAMA mostrou inúmeras irregularidades do projeto. De acordo com o instituto, são muitos os impactos ambientais e sociais na região, desde mudanças do habitat natural, até os deslocamentos de comunidades indígenas para outras localidades, retirando o espaço e o direito a terra á eles conferido.

Não seria mais fácil investir em energias renováveis como a eólica e a solar? Seria sendo bem mais barato e sem agredir o meio ambiente. Belo Monte não irá realizar mudanças radicais no fornecimento de energia, pelo contrário, trará o atraso e a degradação ambiental do país. Os recursos utilizados na obra seriam mais bem investidos se fossem para pesquisa científica e desenvolvimento social da região.

O jogo do poder sobre Belo Monte é a demonstração de uma política cada vez mais voltada para o enriquecimento e marketing de uma minoria, com o objetivo de mostrar o progresso por meio de grandes obras, do que se comprometer com o crescimento econômico e social, bem como, da preservação da Amazônia. É o retrocesso da construção política e social do Brasil.

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