domingo, 6 de junho de 2010

Divisão vai repartir a pobreza: Se o separatismo se consumar perderão o Pará e os dois novos estados


Você já refletiu sobre o tema que é, com certeza, o mais importante assunto dos que vivem no Pará? Muitos são os interesses que cercam a divisão do território paraense em dois outros Estados, Carajás e Tapajós. Os interesses que motivam os separatistas nesse intricado jogo de interesses, não se baseiam em estudos sobre os impactos na qualidade de vida dos paraenses.

Predomina a ausência de estudos sérios, profundos e independentes sobre as conseqüências econômicas, tributárias, financeiras, ambientais e sociais. Caso o retalhamento aconteça haverá uma reação totalmente contrária àquela pregada pelos separatistas: a economia tanto dos desmembrados quanto a do remanescente irá despencar.

Segundo estudos realizados pelo Núcleo de Desenvolvimento Socioeconômico da Universidade da Amazônia (Unama), derruba a tese defendida pelos emancipacionistas, de que os municípios da região sul e sudeste, afastados político e administrativamente do centro do poder do Governo Estadual, estão abandonados.

A tese perde força, quando confrontada com os números e valores repassados pelo governo a essas cidades. Em 2007, Santarém recebeu cerca de R$ 106 milhões em recursos, de transferências constitucionais. Comparado ao valor de R$ 7.121.658.58 recebido pelo município de Santa Bárbara, localizado na região metropolitana de Belém, esse número é 15 vezes maior. Assim como, Marabá embolsou o valor de mais de R$ 127 milhões, enquanto que Santa Izabel, também na região metropolitana, recebeu cerca de R$ 22 milhões. Ou seja, as cidades que mais receberam investimentos e desenvolveram são justamente localizadas na região que defendem a divisão. Então não é a distância territorial que dita o ritmo de crescimento. Além disso, não há garantias de que as áreas mais distantes, situadas no interior de Santarém, Marabá ou Altamira venham a ter qualquer benefício com o desmembramento.

Os interesses sobre a divisão vão muito além. Há, na questão, interesses de grupos privados que já detêm o poder econômico localizado e buscam o poder político ou seu controle, inalcançável hoje pelas dimensões do Estado e da concentração populacional longe de influências. Existem políticos com pretensão de conquistar cargos de governador, senador, deputado federal e estadual, e que só com a divisão conseguiriam.

Se estudos independentes e detalhados que indicassem que todos ganhariam com o retalhamento e que não iria esfolar o cofre do Estado, só os desprovidos de inteligência contestariam. Então, nó enquanto paraenses, ou acolhidos por ela, temos que refletir e defender a união com unhas e dentes.


*Por Camila Barros, Lorena Palheta e Thaís Braga

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