sexta-feira, 4 de junho de 2010

Reviravoltas?

As duas matérias saíram na edição de hoje do jornal O Liberal. A primeira é a chamada de capa, a segunda é uma nota na coluna Repórter 70. Dois temas que têm estado a miúde nas pautas dos principais jornais e, como não poderia deixar de ser, aqui no blog também.
O que se deve observar em ambas as situações é a decisão vinda de cima para baixo, a imposição, a arbitrariedade e a falta de discussão para entender a quem realmente beneficia os projetos.
Em Belo Monte, o governo incentiva o consumismo e joga fora o trabalho de quem luta pelas fontes alternativas de energia. Desrespeita as áreas indígenas (os quais têm DIREITO a terra mais do que eu, mais do que você leitor, mais do que qualquer outro brasileiro) e com isso não é só o limite territorial é subestimado, mas sim toda a cultura e identidade deles. O presidente Lula também desrespeita as leis: ora, o leilão da usina foi feito com toda a balbúrdia, audiências públicas tumultuadas, liminar em cima de liminar, sem a concessão das licenças prévia, de instalação e de operação – a atitude de Lula deveras nos lembrou do ex-presidente americano Nixon. E pra completar, tudo isso vai ser bancado com dinheiro do povo, embora só vá beneficiar as regiões Sul, Sudeste, quiçá Centro-Oeste.
Já, a divisão dos estados é outra novela. Fala-se em não deixar o lucro do sudeste do estado para cá para Belém, que os recursos do governo do estado não chegam ao interior e blá blá blá. Mas onde estão os planos de médio e longo prazo para as três regiões que serão impactadas? Falo de planejamento econômico, social, ambiental e político. Cada vez mais essa disputa por pedaço de terra soa mais mesquinha. Os políticos parecem estar interessados apenas neles, nos repasses que ganharão do governo federal, nos novos cargos públicos que poderão concorrer nas eleições e coisas do tipo. Falam que a população do interior quer a divisão, contudo acreditamos que eles são mais manipulados do que realmente instruídos. Cadê que alguém falou em fortalecer a bancada do norte no senado ou da câmara dos deputados?
Quem quer a divisão fala de si porque está pensando somente em si. Sabemos sim dos problemas do interior do estado e que a política aqui do Pará têm sérios problemas – mas separar cada um no seu quadrado não parece a solução. Por sua vez, meio ambiente é não é algo que se possa voltar atrás caso a coisa não funcione. Os danos exigem anos de trabalho para serem minimizados – nunca 100% corrigidos como eram originalmente. Ao que parece, o ditado popular vai se concretizar: o mundo só vai dar valor ao meio ambiente quando já não tiverem de onde tirar os recursos.

Por Camila Barros, Lorena Palheta e Thaís Braga.

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