quarta-feira, 2 de junho de 2010

Divisão do Pará é tema de debate na Universidade da Amazônia


Por Karina Samille Costa


Alunos e professores da Universidade da Amazônia participaram do debate sobre a polêmica divisão do estado do Pará, nesta última segunda-feira (24), no auditório do campus BR. O debate foi presidido pelo reitor da instituição, Antonio Vaz, que ressaltou a importância em se discutir um assunto que trata do futuro político, econômico e social do estado.

Mediados pelos professores Ilmar Soares, diretor do Centro de Estudos Sociais Aplicados (CESA) e pela coordenadora do CESA, Cristina Lourenço. Os debatedores sobre a divisão do Pará foram os deputados federais Zenaldo Coutinho (PSDB) e Giovanni Queiroz (PDT).

O primeiro a apresentar suas propostas foi o deputado Giovanni Queiroz, autor do projeto de lei para fragmentar o estado do Pará. Sua principal argumentação de defesa foi com relação ao tamanho territorial do estado. De acordo com o deputado e ex-prefeito do município de Conceição do Araguaia, o qual fará parte do estado do Carajás, não há como efetuar políticas públicas de forma democrática em um estado maior que muitos países da Europa. "Não há como aplicar uma gestão de qualidade em um estado com dimensões continentais. O Pará tem que ter três governantes, pois somente um não consegue administrar", ressalta Giovanni Queiroz.

Sua proposta é criar o estado do Carajás que irá tirar em torno de 28% do espaço territorial do estado do Pará, mas há também a proposta de criação do estado do Tapajós, a região mais pobre do estado, com um PIB (Produto Interno Bruto) em torno de 10%. A discussão não está apenas na geografia da região, muitas pessoas têm dúvidas sobre os aspectos socioeconômicos e ambientais causados após a efetivação do projeto. Motivos esses que fizeram o deputado federal Zenaldo Coutinho ser contra a implementação do projeto de divisão do Pará.

Ao analisar o documento do deputado Giovanni Queiroz, o tucano avaliou que não há estudos sobre a qualidade de vida da população afetada, como também, qual estado irá assumir as dividas públicas geradas ao longo dos anos. "Não há estudos detalhados que comprovem como essas pessoas ficarão após a divisão do Pará. Não se pode realizar um plebiscito separatista sem conhecer as consequências para 7,3 milhões de habitantes", explica Coutinho.

Se o estado do Pará será partido em três, isso ainda não foi concretizado, mas que as articulações políticas estão acontecendo, sem dúvida é uma realidade. Para nós resta saber como ficará a população paraense nessa situação. Quais serão os gastos, os impactos ambientais, o desenvolvimento socioeconômico de cada estado e ainda, quem serão os candidatos ao governo de Carajás, Tapajós e Pará.

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